Anjo sem asas

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Pois é, meu anjo veio sem asas, deve tê-las perdido quando caiu do céu. Sua queda deve ter sido dolorosa, porém leve e bela, como seu sorriso. Ele deve ter passado dias vagando perdido, sozinho e encantado.

Conhecê-lo foi uma surpresa doce e delicada. Antes dele confesso que me senti perdida, assustada... Triste. Mas o brilho de seus olhos me mostrou um horizonte novo, diferente de tudo que eu conhecia. Cada uma de suas palavras tinha a suavidade de uma brisa leve e seu sorriso me transmitia uma sensação de alegria impossível de resistir, e em resposta eu apenas podia sorrir.

           Sorrisos, palavras e carinho. Foi apenas isso. Seus braços me acalentam e me trazem a paz de que eu preciso. Seu toque leve, suave e delicado fazia com que eu esquecesse a dor.

            Sim, eu guardo meu anjo sem asas como quem pretende preservar algo, mantê-lo para sempre.

Ao seu lado posso olhar o céu e imaginar o que está por vir (o que o destino, o tempo, ou seja, lá como você o chame) prepara para nós. E quando não estou ao seu lado posso fechar os olhos e imaginá-lo perto de mim, posso tê-lo em meus sonhos.

         Mesmo sem suas asas ele ainda pode voar, não pelo céu (isso seria comum demais) mais sim por dentro de sonhos. Foi com ele que aprendi a voar e é com ele que quero permanecer nesse constante voo.

Absorto em pensamentos

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         Era mais um daqueles momentos em que eu estava completamente tomada pelo medo. Fechei os olhos. Queria encontrar respostas, queria poder saber exatamente o que fazer. Meu pensamento vagava procurando por respostas. Estava completamente absorta em pensamentos. Passei horas buscando explicações, ensaiando o que dizer, como agir... Reabri os olhos, caminhei até a janela, através dela eu via um mundo distante, totalmente diferente contrário ao que eu acreditava que era. Fechei os olhos outra vez e encostei minha cabeça no vidro. Que droga eu estava fazendo? Porque eu não podia simplesmente erguer a cabeça, esquecer o ocorrido e aceitar que as vezes as coisas aconteciam sem nenhuma explicação, como diria aquela música do Nenhum de Nós, Astronauta de mármore. Reabri os olhos e caminhei pelo quarto, eram tantos pensamentos absurdos que eu não conseguia me concentrar em nenhum deles. Minha cabeça doía, seria o peso dos meus pensamentos? Talvez.

           Fui até a cozinha, com tenta coisa em mente nem havia percebido que estava morrendo de fome. Preparei um café. Enquanto o tomava voltei a pensar em como as coisas podiam sair do eixo comum com apenas meia dúzia de palavras. Reavaliei novamente cada palavra que eu dissera. Onde eu estava com a cabeça? Senti-me como estranha. Odiava ter que admitir um erro, eu havia me habituado a sempre falar o que me vinha à mente, sem antes medir as consequências, nunca achei que um dia isso me faria perder o sono. Porém eu tinha que fazer alguma coisa, mas o quê? Pensei em telefonar, entretanto não me pareceu a melhor maneira de dizer que sentia muito, talvez uma visita sem avisar. Não. Comecei a pensar em um milhão de coisas que poderiam dar errado. O que diabos estava acontecendo comigo? Que droga!
      
Eu precisava esfriar a cabeça pra poder pensar melhor. Entrei no banheiro, tomei um longo e delicioso banho. Troquei-me. Por mais orgulhosa que eu fosse alguém tinha que dar o braço a torcer. Despi-me do meu orgulho, abandonei meus medos e fui. Senti-me confiante como nunca estive antes. Sorri para o vendedor de jornais da esquina, cumprimentei alguns conhecidos que encontrei por acaso.
      
Aqueles 20 minutos de caminhada foram os mais longos e demorados de toda a minha vida, a chegada ao portão fez minhas mãos gelarem, mas já era tarde demais pra desistir. Abri o portão. Coração acelerado. Entrei. E se ele não estivesse? Afastei minha mente desses pensamentos e caminhei até a porta. Respirei fundo e toquei a campainha. Olhei pro o chão buscando coragem para reerguer os olhos. Pude ouvir passos em direção à porta alguém moveu a maçaneta e a porta se abriu. Ergui os olhos e nossos olhares se encontraram. Sorri.

- Oi. – minha voz parecia se prender na garganta, negando-se a sair.
- Olá. – ele esboçou um meio sorriso, tinha nos olhos certa tristeza, porém parecia feliz em me ver.
- Posso entrar e conversar ou você prefere que eu vá embora? – tentei sorrir, mas tive medo da reação dele. Ele abriu mais a porta se afastou e sorriu.
- Entre, por favor.

       Senti um alívio me invadiu. Entrei, caminhei até o sofá e me sentei. Ele continua de pé me olhando fixamente. Fiz sinal para que ele sentasse ao meu lado, ele obedeceu.

- Então...? – ele me observava curioso. Fechei os olhos.
- Eu queria... Bem... Pedir desculpas. – Reabri os olhos. Ela estava sorrindo, sorri de volta.       - O que foi?
- Nunca imaginei que te ouviria falando isso. – Ele me abraçou. Retribui ao abraço.
- É que às vezes é necessário abrir mão do orgulho para poder encontrar a felicidade. – Ele me apertou mais em seu abraço.
- Senti sua falta. – Olhou em meus olhos, sorriu e me beijou. Nesse instante nada mais importava. Eu estava exatamente onde deveria estar. Presa nos lábios e no abraço que eu descobri que amava.


Sonho de verão

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            Era uma manhã com pouco sol, tinha chovido durante a noite e dava pra se sentir o cheiro do orvalho naquela manhã tão extraordinária. Ainda era cedo mais o dia convidava a caminha. Enquanto caminhava Anny mantinha seus olhos fixos no mar observava o reflexo do sol na água, o vento embaraçava seus cabelos. Ela pegou uma pedra no chão e a atirou na água e ficou ali durante algum tempo a observar as ondas e sentindo o ar puro do dia.

            Já era noite, da janela de seu quarto Anny ouvia o som das ondas e observava as estrelas que enfeitavam o manto escuro do céu, tudo estava tão perfeito mais nesse momento seus olhos abriram e ela voltou a realidade, estava sonhando! O sonho havia lhe aparecido tão real, ela correu até a janela mais tudo que pode ver foi milhares de prédios enormes, carros e pessoas dividiam um mesmo espaço na correria do dia-a-dia, o ar não era tão puro e nada lhe passava a sensação de tranquilidade. No decorrer do dia ela revivia o sonho, mais o mesmo parecia estra longe da realidade vivida!


Quando o dia chegar

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  Quando o dia chegar quero poder vagar livremente por ai sem me importar se estou vestida adequadamente para a ocasião. Quero poder desligar o celular por um tempo, não me importar com as ligações de emergência nem com as contas sobre a mesa. Deixar a música falar mais alto que meus problemas, ignorar criticas e advertências. 

  Quando a noite cair quero me vestir o mais elegante possível, brilhar mais que milhões de diamantes e ir a algum lugar agitado e bastante movimentado (lugar esse que normalmente eu evitaria), dançar loucamente até sentir os pés doendo, dar uma pausa para beber alguma coisa, tirar as sandálias, olhar as pessoas em volta e voltar a dançar. Aceitar até as piores cantadas e convites para dançar, trocar número de telefone com algumas pessoas, me encantar com algum rapaz  bonito, jogar conversa fora, aceitar um drink, trocar olhares e no fim da noite aceitar que alguém me leve para casa.

  Ao chegar no portão de casa aceitar o convite para um encontro num dia qualquer em algum lugar especial (ou não), sorrir e quase que instantaneamente aceitar um beijo, sorrir novamente, dar adeus e entrar em casa. Ao entrar acender todas as luzes, ir para o quarto, jogar as sandálias num canto qualquer, prender o cabelo e deixar o banho pronto, caminhar até a sala e deixar uma música alegre invadir todos os cômodos da casa, cantar alegre e desafinadamente, voltar para o banheiro, jogar a roupa suada no chão e entrar na banheira, sentir-me feliz. Sair do banho, vestir um pijama e cansada demais para ver Tv ou fazer qualquer outra coisa desligar o som, apagar as luzes e me jogar na cama. Depois disso simplesmente fechar os olhos e sonhar, sem planos, sem regras e sem roteiro a seguir nos próximos dias.

Ingenuidade

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           Tenho raiva dessa minha ingenuidade, eu tento porém sempre volto a acreditar em suas palavras. Eu juro que já tentei não me preocupar entretanto me pego sentindo ciúmes ou saudades.
           Durante alguns dias você me fez acreditar que te ter seria algo possível de realizar, que só dependia de mim. E eu acreditei... A partir do momento que percebi que isso não aconteceria da maneira que eu imaginava tive raiva de mim.
            Por mais que isso tenha me feito mal sei que algo dentro de mim não vai desistir tão fácil assim... É loucura eu sei,porém ainda não descobri como me convencer a parar.